Páginas

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sou pessoa de esquisitices, desde sempre. Há quem veja nisso fonte de grande irritação, da mesma maneira que há quem ache a maior graça. Como sempre. Sou esquisita por exemplo em relação a praias. Se  na adolescência me zangava com as praias que me calhavam na sorte (i.e. escolhidas pelos meus pais) porque não suportava um areal só para nós e a constatação de que a minha vida social era francamente prejudicada por esse facto, hoje fico maldisposta por ter que partilhar um pedaço de mar com outros seres (humanos). Mas de vez em quando temos que ceder, como hoje. E tento não me irritar, mas olhar em volta e mudar de lugar se isso me ajudar. Aqui no Zavial, há gente, barulho e cheiro a erva fumada. E isso incomoda-me. Pelo menos até descobrir que uma parte do Zavial é ocupado por nudistas. E sentada junto às rochas que habitam o fundo da praia, entretenho-me a ver os corpos desnudos. E se há corpos. Literalmente para todos os gostos, fetiches e credos. E entretenho-me a olhar para as imperfeições que contam histórias das vidas destes que tenho à minha frente. E enquanto imagino as vidas dos outros, escuso-me de pensar no que de mal vai na minha.

Sem comentários: